Comunicação bucossinusal: como proceder?
Comunicação bucossinusal: sequela de ressecção oncológica.

Comunicação bucossinusal: como proceder?

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“Estou com um paciente que possui comunicação bucossinusal, resultado de uma ressecção oncológica. Como devo proceder?”
Pergunta enviada por Gustavo Juliati, de São Paulo, SP.

Renata de Vasconcellos Duarte – Em um caso como este, uma opção seria a prótese parcial removível (PPR) obturadora. O passo a passo para este tipo de prótese será descrito abaixo e ilustrado por um caso semelhante (Figura 1). Primeiramente, foi obtido o modelo de estudo, com moldeira de estoque metálica e alginato. Em cima deste modelo, foram feitos o delineamento e o planejamento para o preparo de boca: planos guias, técnica do casquete e determinados quais dentes seriam os apoios. Foi confeccionada uma moldeira individual com alívio interno e espessura de duas lâminas de cera 7, e bordas extremamente polidas.

O cuidado em não lesionar o paciente é de grande importância neste caso, já que, por ser uma área que foi irradiada, há maior dificuldade de cicatrização. Foi realizada moldagem funcional com a moldeira individual e técnica da dupla moldagem. Com a massa do silicone de polimerização por reação de condensação, foram realizados a primeira moldagem e os alívios com o auxílio do recortador de moldes. Em seguida, na segunda moldagem com o material fluido, não se deve utilizar grande quantidade de material, para evitar desconforto ao paciente e também para não haver penetração na lesão oncológica (Figura 2).

Após a etapa da moldagem, foi obtido o modelo funcional, produzido o desenho da armação e enviado ao laboratório para a confecção da armação metálica em liga de cobalto cromo, sem englobar a região lesionada, evitando assim qualquer ferimento (Figuras 3). A próxima etapa foi a prova da armação em boca e a confecção da base de prova e rolete de cera 7. A base de prova é estendida à região com lesão para dar suporte à obtenção de registro de mordida interoclusal e corredor bucal (Figuras 4). Na sequência, foram feitas a seleção de dentes artificiais, a prova da montagem de dentes em boca, além da análise estética e oclusal para posterior acrilização da peça.

Na instalação da PPR, foram feitos ajustes oclusais e acompanhamento semanal para proservação e para prevenção de eventuais lesões no local. Desta forma, o paciente relatou melhora na deglutição de líquidos e de alimentos, na fonação, estética e, principalmente, na qualidade de vida, devido ao maior conforto após a instalação da prótese obturadora (Figuras 5).


Coordenação:

Eduardo Miyashita
Eduardo Miyashita
Professor titular do Depto. de Odontologia, disciplina de Prótese Dental – Unip/SP; Doutor em Odontologia Restauradora – Unesp/SJC.
Orcid: 0000-0002-1098-714X.

Colaboração:

Renata de Vasconcellos Moura Mathias DuarteRenata de Vasconcellos Moura Mathias Duarte
Especialista em Prótese Dentária e Reabilitação Oral, e professora do curso de especialização em Prótese Dentária – SLMandic; Mestra e doutoranda em Prótese Dentária – Universidade Paulista (Unip); Professora titular de Prótese Total e
Oclusão – USCS.
Orcid: 0000-0002-3539-4965.