Estúdio na fotografia odontológica
O principal objetivo das fotos é documentar o caso, se proteger judicialmente e fazer a divulgação do seu trabalho.

Estúdio na fotografia odontológica

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Fotografia odontológica: antes utilizado apenas por professores, o estúdio ganhou a presença do clínico comum que busca boas imagens.

É interessante acompanhar as tendências na Odontologia. Hoje, eu diria que a moda é a Harmonização Orofacial, que muitos ainda torcem o nariz. Na fotografia, a moda há um tempo é o uso do estúdio, que tem sido reforçado por conta do Instagram. Nessa rede social, existe uma sede em publicar fotografias bonitas com o mesmo motivo: “ostentar”. Infelizmente, nem sempre o objetivo é fotografar o caso clínico para documentar, mas sim para publicar.

Há algum tempo, o estúdio era largamente utilizado apenas por professores. Agora, graças à rede social, o desejo de mostrar boas imagens levou o clínico comum a se tornar um instagramer e a difundir esse recurso na Odontologia.

Mas, é importante lembrar que o principal objetivo das fotos é documentar o caso, se proteger judicialmente e, claro, fazer a divulgação do seu trabalho. Para documentar e se proteger judicialmente, é preciso mais do que uma fotografia bem-feita, sendo necessário ter uma sequência do caso para ser usada futuramente. A foto apenas para publicação em redes sociais não poderá ser usada para outro fim. Dessa forma, o estúdio soma na Odontologia, pois facilita a produção de fotografias bonitas, bem-feitas e padronizadas, agregando valor ao tratamento e indo na contramão dos celulares.

Iluminação

A iluminação em Odontologia é voltada para fotografias de rosto, sorriso e intraoral – bem diferente de um estúdio que fotografa pessoas de corpo inteiro e, muitas vezes, mais de uma pessoa. O tamanho do local, a potência do flash e os acessórios de iluminação influenciam principalmente no custo.

O ideal é ter uma sala própria com flash de estúdio, com no mínimo 3 m x 3 m. Mas, caso não se encaixe no orçamento ou no espaço disponível, é possível realizar dentro da sala de atendimento.

A grande vantagem da iluminação de estúdio é manter o padrão – fator muito importante em fotografia documental –, a potência e a cor, além da possibilidade de criar e brincar com a luz realizando imagens diferentes ou artísticas.

Potência do flash

Em estúdio, o flash é comumente chamado de tocha. No entanto, aqui será mantida a denominação flash para evitar confusão.

Em termos gerais, a potência correta do flash varia de acordo com o tamanho do local e o tipo de foto. Ao contrário do que se imagina, a potência do flash em fotografia não é medida em Watts, assim como acontece com as lâmpadas, mas sim em “número guia” (NG), que representa a abertura do diafragma usando ISO 100 a 1 m de distância.

Quanto maior o número guia, mais potente o flash. O acessório utilizado na frente do flash pode aumentar ou diminuir a potência luminosa, bem como a qualidade dele.

Levando em consideração que o tamanho máximo do objeto a ser fotografado será o rosto de uma pessoa, a indicação é um flash “fraco” com número guia de 11 até 22. Dependendo do modelo adquirido, o próprio flash possui regulagens para aumentar ou diminuir a potência (Figura 1). Nacionalmente, estamos bem servidos por diversas marcas, mas as duas mais conhecidas são Mako e Atek. O custo de um conjunto completo (dois flashes e dois softboxes) é cerca de R$ 2 mil (Figura 2).

Modificadores de luz

São acessórios acoplados ao flash que, como o próprio nome diz, modificam a luz. Diferentemente do flash, os modificadores possibilitam criar luz. Existe uma variedade imensa em relação ao tipo, ou seja, um modificador de luz para cada uso, com formato diferente e resultados diversos. O modelo utilizado vai depender do gosto do profissional e do objetivo na fotografia.

Para Odontologia, eu recomendo o softbox, que fornece luz suave e o tamanho pode ser pequeno, como 30 cm x 40 cm, já que serão feitas fotos de rosto e boca.

Técnica inicial

Um estúdio básico deve ser montado com, no mínimo, dois flashes posicionados em um ângulo de 30° a 45° em relação à pessoa fotografada com fundo branco. O resultado será um rosto bem iluminado, com fundo levemente cinza. A distância do flash em relação ao paciente dependerá da potência e do tamanho do modificador de luz (Figura 3).

Usam-se dois flashes para iluminar os dois lados igualmente e para obter textura, profundidade e sombra. Caso a ideia seja obter um fundo totalmente branco, deve-se usar um flash para o fundo com potência mais elevada que os frontais, o que resultará em um fundo branco 100% (Figura 4).

É possível dar volume ao rosto alterando a potência de um dos lados ou aproximando e afastando um dos flashes (Figuras 5).

Se o objetivo for fotografia padrão ou para documentação, desejando sempre a mesma luz e o mesmo efeito, é importante posicionar os flashes sempre na mesma distância, ângulo e potência. Outra sugestão é criar, inventar e testar ao produzir fotografia artística, já que para a arte não há regra e nem padrão.