Esta revisão de literatura analisa e compara pilares de zircônia com os de titânio em relação à estética, biocompatibilidade, resistência e desempenho clínico.

AUTORES

Isabella Neme Ribeiro dos Reis
Especialista em Prótese Dentária, Implantodontia e Periodontia – FFO/USP.
Orcid: 0000-0002-9249-4540.

Glaucio Morente Ruiz
Especialista em Implantodontia e professor assistente do curso de especialização em Implantodontia – FFO/USP.
Orcid: 0000-0002-8571-3493.

Francisco Fernando Todescan
Mestre e doutor em Periodontia – Fousp; Especialista em Periodontia – Universidade da Califórnia; Coordenador do curso de especialização em Implantodontia – FFO/USP.
Orcid: 0000-0003-2331-9981.

RESUMO

Com o intuito de obter estéticas branca e rosa mais favoráveis, os componentes protéticos usados em implantes têm sido aprimorados ao longo dos anos. Por questões biológicas e biomecânicas, o padrão sempre foi e continua sendo representado por pilares fabricados em titânio, sendo este um material que apresenta altas taxas de sucesso e sobrevida em reconstruções fixas. No entanto, ao utilizá-lo, muitas vezes a coloração azul-acinzentada do material torna-se visível através do tecido gengival, fazendo com que a beleza e naturalidade da reabilitação sejam prejudicadas. Neste contexto, os pilares de zircônia têm ganhado destaque. O objetivo deste trabalho foi revisar a literatura a fim de analisar e comparar pilares de zircônia com os de titânio em relação à estética, biocompatibilidade, resistência e desempenho clínico. Pilares de zircônia proporcionaram aos tecidos peri-implantares uma aparência mais agradável e mais próxima dos tecidos periodontais. Além disso, apresentaram excelente biocompatibilidade. Foi verificada a tendência de menor acúmulo de bactérias neste material, quando comparado ao titânio, além de melhor resposta dos tecidos peri-implantares, embora parâmetros clínicos tenham revelado condições de saúde peri-implantar com o uso de ambos os materiais. Pilares de titânio apresentam maior resistência à fratura do que pilares de zircônia. Ao acrescentar uma infraestrutura de titânio (link) ao pilar de zircônia, sua resistência aumentou substancialmente e valores de resistência à fratura aproximaram-se daqueles verificados em pilares de titânio. As taxas de sobrevida dos pilares de zircônia são excelentes em períodos de acompanhamento de até 11 anos, similares às de pilares de titânio.

Unitermos – Zircônia; Titânio; Pilar.

ABSTRACT

Currently, aesthetics is considered an essential factor for the success of implant-supported rehabilitations. To obtain more favorable white and pink aesthetic, prosthetic components have been improved over the years. With respect to prosthetic abutments, for many years, titanium abutments were considered the pattern, this material presents high success rates and survival in fixed reconstructions. However, eventually, the blue-gray coloration of the material is often visible through the gingival tissue, impairing the beauty and naturalness of the rehabilitation. In this context, the zirconium abutments have gained prominence. The aim of this study was to review the literature to analyze and compare zirconia and titanium abutments in relation to aesthetics, biocompatibility, resistance and survival rates. Zirconium abutments gave the peri-implant tissues a more pleasing appearance like periodontal tissues. Furthermore, they showed excellent biocompatibility. It was observed a tendency of less accumulation of bacteria in this material when compared to titanium, in addition to a better response of the peri-implant tissues, although clinical parameters revealed peri-implant health conditions with both materials. Titanium abutments have higher fracture resistance than zirconium abutments. Zirconium abutments with titanium inserts showed an increased strength and fracture resistance values that approximate those found in titanium abutments. The survival rates of zirconium abutments are excellent, at follow-up periods of up to 11 years, like those of titanium abutments.

Key words – Zirconium; Titanium; Abutments.

Recebido em jun/2019
Aprovado em jul/2019

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