Christian Coachman mostra oito passos para que a fragmentação visual ajude a reconhecer os detalhes, afinar as formas e criar harmonia.
Ao ensinar sobre desenho do sorriso e morfologia dentária, percebe-se que as pessoas têm diferentes níveis de percepção visual: algumas são melhores do que outras para captar o que está certo ou errado. Há aquelas que distinguem com mais facilidade o que precisa ser alterado para melhorar o design. Quando se trata de reconhecer os detalhes, afinar as formas e criar harmonia, é possível verificar que as pessoas fazem uma fragmentação visual. O cérebro é capaz de dividir uma grande imagem em partes menores e comparar individualmente os dois lados, simplificando o processo para conseguir identificar os problemas e ver as alterações necessárias.
Para auxiliar na ativação desse processo intelectual, comecei a exercitar a fragmentação visual, cortando digitalmente a imagem em partes, separando-as simetricamente e passando-as pelo processo comparativo individualmente, o que ajuda os olhos a criar o processo comparativo, tão importante para o design de sorriso.
Normalmente, eu fazia esse exercício nas fotos pré-operatórias para identificar os problemas iniciais e também com as imagens do meu próprio trabalho, seja uma restauração encerada, provisória ou cerâmica. Ao eliminar as interferências visuais, é possível se concentrar nos detalhes específicos e contribuir para que os olhos atentem ao que pode ser melhorado. Confira oito passos para isso:
1. Ao focar apenas o terço incisal de ambos os centrais, pode-se avaliar se as assimetrias e os espaços são harmoniosos ou não;
2. É muito importante concentrar-se no meio interproximal e no terço cervical para perceber se o formato da papila e o perfil de emergência estão satisfatórios;
3. Concentrando no terço cervical e no contorno gengival, será possível comparar as posições do zênite e o equilíbrio gengival;
4. Não é fácil focar apenas nos espaços entre os centrais e os laterais se não estiver usando o truque de cortar as imagens. É preciso que esses espaços estejam equilibrados;
5. Atentar ao contorno dos caninos é outra análise muito importante. Os caninos não precisam ser simétricos, mas geralmente se harmonizam com a face se tiverem um eixo semelhante;
6. Manter o foco no contorno dos dentes posteriores permitirá entender se há equilíbrio entre os dois lados e se as discrepâncias são aceitáveis ou não;
7. É válido concentrar-se separadamente no contorno cervical da linha gengival posterior e na borda incisal posterior. A simetria perfeita não é necessária, mas discrepâncias desagradáveis podem ser identificadas;
8. Uma sugestão é fotografar o trabalho e manipular a imagem com total contraste para gerar uma foto que permita ter uma visão geral de todas as bordas e espaços incisais.
Caso clínico realizado por David Garber (protesista), Maurice Salama (implantodontista e periodontista) e Christian Coachman (desenho do sorriso e ceramista).
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Christian Coachman
Dentista e ceramista graduado pela USP; Criador do Conceito DSD; Palestrante e consultor internacional; Membro da Academia Brasileira e Americana de Odontologia Estética; Clínica particular em São Paulo.
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