Afinal, este é o melhor momento para entrar na Odontologia Digital? Luis Calicchio analisa o momento.

Estamos acompanhando as intensas transformações na Odontologia provocadas pela chegada das novas tecnologias na área clínica e laboratorial. Por este motivo, iniciamos esta coluna com o objetivo de sanar as dúvidas mais frequentes dos colegas que estão tentando entender melhor estas mudanças, ajudando na tomada de decisão para que possam se manter competitivos no mercado.

Afinal, este é o melhor momento para entrar na Odontologia Digital? Para responder a essa pergunta, antes mesmo de pensar em nosso setor de atuação, gosto de chamar a atenção para o que está acontecendo no mercado de forma geral. Você, certamente, já percebeu que todos os setores da economia estão passando por um processo de disrupção gigante, seja na maneira como nos comunicamos, nos relacionamos, compramos, estudamos e nos divertimos.

Vivemos a era da revolução das plataformas, empresas de tecnologia que reinventaram a maneira como o consumidor gasta seu tempo. Estamos conectados 24 horas por dia, sete dias da semana e resolvemos todos os nossos problemas através do dispositivo que está na palma de nossas mãos.

Contamos nossa história pessoal no Instagram ou Facebook diariamente; andamos de motorista particular a um preço super acessível, com o Uber; temos as férias de nossos sonhos em nossas “próprias” casas, com o Airbnb; compramos nossas roupas e diversos outros produtos na Amazon ou no Mercado Livre; nos alimentamos sem a necessidade de sair de casa, com o iFood; fazemos compras de supermercado sem sair de casa, com o Rappi; e nunca mais precisaremos pegar filas nas agências, pois nossos bancos agora são digitais.

Definitivamente, mudamos. Por que seria diferente na Odontologia? A resposta é curta e grossa: não será! Ou, melhor: não está sendo, uma vez que a adoção da tecnologia na Odontologia já é realidade para alguns cirurgiões-dentistas e laboratórios que decidiram ser pioneiros. Estes estão colhendo os frutos dos benefícios infinitos que as novas ferramentas proporcionam na solução de diversas dificuldades do dia a dia.

O gráfico a seguir ajuda a ilustrar o ciclo da adoção da tecnologia. Ele nos permite as seguintes conclusões:

1 – Os inovadores são aqueles responsáveis por desenvolverem as novas tecnologias, são as mentes brilhantes que têm a capacidade de interpretar uma necessidade e converter em produto.

2 – Os early adopters são aqueles que apostam nas loucuras dos inovadores, pois enxergam uma oportunidade de tirarem proveito das novas invenções, trazendo para si uma vantagem competitiva, mas cientes de que serão cobaias e não se importam em pagar o preço por isso.

3 – Os early majority são os que perceberam que alguns poucos estão se destacando de forma rápida e resolvem copiar para não perderem a oportunidade que está batendo na porta. Este grupo ainda consegue surfar na onda da diferenciação e no ganho que a nova tecnologia traz.

4 – Os late majority só criam coragem em adotar a tecnologia quando esta já está em declínio, uma vez que precisam se adequar à nova realidade para não ficar fora do mercado.

5 – Os laggards são justamente aquelas pessoas ou empresas que lutaram contra a mudança e que estão desaparecendo do mercado, pois foram atropelados pela maioria.

E você, em qual grupo se enquadra? O que você pretende fazer para sair da zona de conforto e se diferenciar? Vivemos na era da evolução constante e diária, na qual o desaprender para reaprender é regra de sobrevivência. Bobeou, dançou!

Peço desculpas àqueles que se sentem ofendidos diante da difícil constatação de que estão ficando para trás por conta da Odontologia Digital, mas não estou tirando essas informações da minha cabeça. Estamos falando de fatos, e não de opiniões.

O gráfico a seguir mostra a velocidade de adoção de algumas tecnologias que são comuns a todos nós. Olhe com bastante atenção no que está acontecendo com o tempo de adoção das tecnologias mais recentes.